Compreender como o diabetes afeta os rins e as consequências que pode gerar ao organismo é o primeiro passo para a prevenção e controle da doença. Em especial, pacientes que já desenvolveram a doençaprecisam ficar atentos, porque ela está entre os principais fatores de risco da insuficiência renal crônica.
Segundo o Atlas do Diabetes, elaborado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF),o número de casos vem crescendo assustadoramente ao nível global. A estimativa do órgão é que no ano de 2000 havia 151 milhões de adultos diabéticos, entre 20 e 79 anos, no mundo. Em 2009, esse número aumentou para 285 milhões e o cálculo para 2020 foi de 463 milhões de pessoas com a disfunção. Sem contar que a média global é que existam também 1,1 milhão de crianças e adolescentes, menores de 20 anos, com diabetes.
No Brasil, são 16,8 milhões de pacientes que lidam com isso, com idade entre 20 e 79 anos, e a doença é considerada um sério problema de saúde pública mundial. Isso porque quando ela não é diagnosticada, tratada e controlada pode trazer sérios danos ao paciente e um deles é renal. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM),a estimativa é que em 50% dos pacientes, com diabetes tipo 1, venha ocorrer a insuficiência renal progressiva.
Quer saber como o diabetes afeta os rins? Preparamos um artigo exclusivo para explicar a situação. Confira.
Como o diabetes afeta os rins?
É bem simples de compreender como o diabetes afeta os rins.
O diabetes é uma doença caracterizada pelo aumento do nível de açúcar no sangue, isso significa que o fluído tem componentes a mais que o normal.
Os rins, por sua vez, têm a função de fazer toda a filtragem do sangue, bombeado pelo coração para eliminar todas as toxinas e resíduos presentes no líquido. Todas as impurezas filtradas pelo rim são eliminadas pela urina.
No entanto, como o sangue do diabético apresenta mais açúcar que o normal, essa condição vai lentamente lesando os vasos sanguíneos, deixando-os mais enrijecidos.
Gradualmente, esses danos causados nos vasos vão prejudicando o desempenho dos rins na filtragem e eles começam a trabalhar de forma mais forçada, para conseguir desenvolver a sua função. Essa sobrecarga vai fazendo com que eles comecem a falhar e percam a capacidade de filtragem, levando-os muitas vezes à insuficiência renal crônica e a necessidade de iniciar alguma terapia renal substitutiva.
É importante frisar agora que sabemos como o diabetes afeta os rins, mas que nem todo diabético desenvolverá um problema renal. Caso a doença seja descoberta no início, e a glicemia for controlada, as possibilidades desse risco são bem reduzidas.
Quais os sinais de complicação nos rins?
É importante frisar que, ainda segundo os dados do Atlas elaborado pela Federação Internacional de Diabetes, 46% dos diabéticos brasileiros não sabem que têm a doença. Isso acontece porque é uma condição silenciosa e pela falta dos exames preventivos. Sendo assim, boa parte dos doentes não controlam a glicemia e não sabem como o diabetes afeta os rins. Nesse caso, muitas vezes quando ela é identificada, encontra-se em fase avançada e já existe o risco de estar comprometendo a função renal.
As doenças renais também são silenciosas e seus sintomas não são específicos, podendo ser confundidos com outras enfermidades.
Os sinais mais comuns de complicações nos rins são:
falta de apetite;
náuseas e vômitos;
fraqueza;
dor ou pressão no peito;
vontade frequente de urinar;
inchaços, principalmente nos pés, tornozelos e pernas;
diminuição ou aumento no volume da urina;
urina com cheiro, sangue, alteração na cor ou espuma;
coceira por todo o corpo e
sonolência.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de uma doença renal é geralmente realizado a partir da queixa do paciente quando percebe um ou mais dos sintomas acima citados. Entre os exames que podem confirmar ou descartar a hipótese de um problema no rim, estão:
medição da produção de urina;
exames de análise da urina;
exames de sangue;
ultrassom ou tomografia computadorizada e
biópsia do tecido renal.
Gostaríamos de frisar a importância da realização da medição da dosagem da creatinina nos exames de check-up anual. Essa amostragem é essencial para indicar se os rins estão funcionando adequadamente.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) recomenda que pessoas acima de 40 anos realizem anualmente o exame de dosagem de creatinina e análise da urina. Essa é uma das principais formas de prevenção de problemas renais.
Agora que você sabe porque o diabetes afeta os rins, o ideal é adotar um estilo de vida saudável para evitar a doença e visitar o nefrologista caso surja um ou mais sintomas que possam indicar um problema renal.
Se você ainda ficou com alguma dúvida em relação ao assunto, entre em contato conosco. Teremos o maior prazer em ajudar.