Os cuidados com a saúde de pacientes em tratamento dialítico (com doença renal crônica em estágio avançado ou com insuficiência renal aguda) são rigorosos. Entre as medidas necessárias, destaca-se o controle de líquidos, de modo a prevenir o agravamento dos respectivos quadros e outras complicações.
Neste artigo, mostramos como deve ser a hidratação de pessoas nessas condições e explicamos o que o excesso de líquidos no organismo pode provocar. Se o assunto é do seu interesse, vale a pena conferir!
Qual é a função dos rins no organismo?
Os rins são órgãos vitais. Quando seu funcionamento está normal, eles recebem por volta de 1,2 litros de sangue por minuto, sendo capazes de filtrar o sangue cerca de 12 vezes por hora.
Mas, além de eliminar toxinas do organismo, os rins têm outras funções. Eles também regulam a formação do sangue e dos ossos, controlam a pressão sanguínea e garantem o balanço químico e de líquidos corpóreos.
Assim, o sistema de controle fisiológico mantém o volume e a composição desses líquidos adequados. Esses, por sua vez, encontram-se dentro das células, no plasma sanguíneo, nos ossos, no tecido conjuntivo, em secreções digestivas e no líquido cerebrospinal.
Como ocorre o controle de líquidos em pacientes renais?
A água é fundamental para todos os seres vivos. Para os indivíduos com distúrbios renais avançados, no entanto, deve-se respeitar o controle de líquidos. Confira a seguir.
Orientações para pacientes com doença renal crônica
Para pessoas com DRC em tratamento conservador, na maioria das vezes, não há restrições hídricas. Nesses casos, o consumo adequado corresponde a cerca de 35 ml por quilo de peso corporal — mesma quantidade recomendada para a população saudável, em geral.
Para saber se a ingestão de água está adequada, basta observar a cor da urina. Se estiver amarelo-clara é um bom sinal.
Outro indicativo importante é a frequência com a qual sente necessidade de ir ao banheiro. Se estiver urinando pouco e o xixi estiver escuro, significa que a ingestão está abaixo do recomendado. Por outro lado, se estiver urinando muito e o xixi sair transparente, a quantidade de água pode estar excessiva.
Já para pacientes com DRC em tratamento dialítico, deve-se fazer um rigoroso controle de líquidos, inclusive, considerando a água presente nos alimentos. Nesses casos, recomenda-se ingerir o equivalente ao volume urinário produzido em 24 horas acrescidos de 500 ml. Na prática, quem urina pouco deve beber pouco mais de meio litro.
Orientações para pacientes com insuficiência renal aguda
Outra situação que exige o controle hídrico são os casos de IRA. Essa síndrome, geralmente, ocorre em pessoas com doenças renais prévias não tratadas e que estão hospitalizadas devido a outros quadros graves.
Como provoca uma rápida redução da função renal, é preciso realizar diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal). Esse tipo de tratamento, como já explicamos, exige a restrição de líquidos para prevenir a hiper-hidratação. O volume permitido é determinado individualmente, pela equipe médica responsável.
O que excesso de líquidos pode provocar?
Com a redução da função renal, pode ocorrer um acúmulo excessivo de líquidos no organismo. Sem o devido controle, doentes renais crônicos em estágios avançados podem apresentar edemas (inchaços) nas pernas, tornozelos, pés e mãos, bem como no rosto. Além disso, podem sofrer um desequilíbrio de eletrólitos corporais (minerais) e aumento na pressão arterial.
Em pacientes com IRA, por sua vez, a hiper-hidratação pode levar à insuficiência cardíaca (quando o coração se torna incapaz de bombear o sangue adequadamente). Outra complicação associada é a hiponatremia, uma alteração metabólica caracterizada pela baixa concentração de sódio no sangue.
Para não exceder a quantidade de água recomendada, esses pacientes devem ter uma garrafa com o volume diário permitido sempre à mão. Fora isso, é importante evitar o consumo de alimentos doces e muito salgados, os quais aumentam a sede. A ingestão de sopas e caldos também é contraindicada, devido ao risco de atrapalhar o controle de líquidos.
Por que respeitar a restrição hídrica é fundamental?
Dependendo do tipo e da fase da doença renal, o controle de líquidos é essencial para prevenir maiores prejuízos à saúde e melhorar a qualidade de vida. Como mostrado, para mantê-lo adequado, deve-se seguir as orientações do nefrologista à risca.
Esperamos que o conteúdo tenha sido esclarecedor. Mas, se ainda restarem dúvidas a respeito, sinta-se à vontade para entrar em contato e nos perguntar. A equipe da Clinirim está à disposição!