As doenças renais crônicas (DRC) se desenvolvem de forma lenta, progressiva e, sem os devidos cuidados, permanecem por toda vida e tendem a se agravar. Porém, é possível prevenir complicações em pacientes renais por meio de diversas estratégias terapêuticas, as quais variam conforme o estágio da doença.
Neste artigo, mostramos quais são os protocolos gerais de acompanhamento. Elencamos, também, medidas que ajudam a evitar a progressão da doença, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Se você ou algum ente querido foi diagnosticado com DRC, vale a pena conferir!
Como prevenir complicações em pacientes renais?
Prevenir complicações em pacientes renais, como anemia, desnutrição, problemas cardiovasculares e até mesmo óbito, faz parte das diretrizes gerais de tratamento das DRC. Para isso, é preciso seguir as recomendações do nefrologista e dos demais especialistas envolvidos no plano de tratamento, as quais variam conforme o quadro individual. Saiba mais a seguir.
Protocolos terapêuticos em pacientes com DRC em estágios iniciais
Em estágios iniciais (pacientes com taxa de filtração glomerular acima de 20 mL/min/1,73 m²),realiza-se o chamado tratamento conservador. Esse consiste em medidas clínicas para retardar o avanço da doença e minimizar eventuais sintomas.
Para tanto, deve-se fazer mudanças na alimentação, para manter a quantidade de potássio equilibrada e reduzir a ingestão de sódio, proteínas e fósforo. Além disso, pode ser preciso tomar um suplemento de cálcio e/ou de ferro.
O uso de medicamentos, por sua vez, costuma ser indicado para controlar comorbidades que afetam a função renal, como pressão alta e diabetes. Outra indicação frequente é para o alívio de incômodos, como náuseas e vômitos. Há, ainda, os medicamentos que ajudam a reduzir a perda de proteínas.
Protocolos terapêuticos em pacientes com DRC em estágios avançados
Em estágios avançados, é preciso fazer terapia renal substitutiva (diálise ou transplante renal). O tratamento dialítico, especificamente, consiste na filtragem do sangue para remover toxinas e outras substâncias em excesso. Ele pode ser realizado via:
- diálise peritoneal, na qual o sangue é filtrado dentro do organismo do paciente (na sua própria casa, algumas vezes durante o dia),por meio de um cateter implantado no abdômen;
- diálise peritoneal automática, cuja execução é semelhante à anterior, mas, ao invés de ser feita manualmente, um equipamento controla o processo, possibilitando ser realizado enquanto o paciente dorme;
- hemodiálise, na qual o sangue é filtrado externamente (em uma máquina),por meio de um acesso vascular, cerca de três vezes por semana, em sessões com duração média de quatro horas cada (realizadas na clínica ou em domicílio).
Também é importante que os pacientes em diálise façam um rigoroso controle da ingestão de líquidos, para não sobrecarregar o funcionamento dos rins. O volume hídrico permitido é calculado pelo médico responsável, com base nas condições individuais. Mas, de modo geral, recomenda-se ingerir o equivalente ao volume urinário produzido em um dia, mais de 500 ml.
Como mencionado, outra possibilidade terapêutica para pacientes renais em fases avançadas é fazer um transplante renal. Nesses casos, após a cirurgia é necessário tomar medicamentos imunossupressores por toda a vida.
Quais medidas ajudam a evitar a progressão da DRC?
Além de seguir o tratamento indicado pelos especialistas, algumas medidas ajudam a evitar a progressão da DRC e melhorar a saúde de maneira global. Entre elas, destacam-se:
- beber bastante água (em estágios iniciais) ou fazer o controle hídrico (em estágios avançados);
- minimizar o uso de sal e açúcar no dia a dia;
- alimentar-se de maneira saudável e nutricionalmente equilibrada, priorizando o consumo de alimentos in natura;
- praticar atividades físicas com regularidade (no mínimo, 150 minutos por semana);
- manter o índice de massa corpórea (IMC) adequado;
- evitar a ingestão regular de carnes vermelhas e gorduras;
- minimizar o consumo de alimentos industrializados e ultraprocessados;
- evitar a ingestão de álcool;
- cessar o tabagismo definitivamente;
- não se automedicar, mesmo que se tratem de remédios vendidos sem receita, suplementos alimentares, fitoterápicos ou vitaminas;
- evitar a utilização de medicamentos anti-inflamatórios não hormonais;
- controlar o colesterol, a pressão arterial e a taxa de glicose;
- tratar as comorbidades (como hipertensão arterial, diabetes, entre outras),quando presentes;
- tomar as medicações e os suplementos (calcitrol, ferro, entre outros) prescritos pelos médicos corretamente;
- ir às consultas periódicas e fazer os exames de acompanhamento (urina tipo I, dosagem de creatinina sérica, entre outros).
Em suma, para prevenir ou, pelo menos, amenizar complicações em pacientes renais é preciso aderir ao tratamento proposto e promover melhorias nos hábitos de vida. Nessa hora, conte com o suporte de uma clínica de referência na área e com o acompanhamento de um nefrologista experiente e sua equipe multidisciplinar!
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